
Quando penso sobre as decisões erradas que já tomei na vida, vejo que algumas, em particular, aconteceram sob pressão ou no calor do momento. Tive que lidar com as consequências, é claro, mas também tirei grandes aprendizados. Acredito que isso faz parte do processo de amadurecermos e crescermos em autorresponsabilidade.
Porém, percebi que algumas outras decisões, que inicialmente, pareciam boas e admiráveis, se tornaram complexas no final, e me trouxeram muita insatisfação. Deixe-me dar um exemplo. Ao terminar o Ensino Médio – que na minha época era chamado de 2º Grau – ainda não estava certa do que cursar na faculdade. Só sabia que seria algo na área de humanas (pois números e cálculos não eram o meu forte). Então, tirei um ano sabático – depois de formada – para pensar melhor e estudar para o vestibular. Decidi fazer Direito, por influência de algumas pessoas do meu círculo e acabei arrumando um estágio em uma advocacia, logo no início do curso. Foi uma fase de muitos desafios e coisas novas. Entretanto, depois de quase 2 anos ali, eu não estava contente. Entendi que estava sendo treinada para ser alguém que, no fundo, eu não queria ser. Isso mesmo, eu não queria ser advogada.
Não sei se você já passou por isso em alguma fase da sua vida, mas se sim, você sabe como é importante se conhecer e saber o que quer. Não falo aqui te traçar um plano de vida perfeito e vive-lo à risca, pois com certeza, vão haver provas e obstáculos no caminho que podem mudar a rota. Falo da minha percepção de que muita gente, ainda é treinada e condicionada para ser aquilo que não tem nada a ver com o seu chamado. Elas parecem insistir em viver assim uma vida toda, sem perceber que estão deixando de ser suas melhores versões.

A necessidade de cumprir o propósito nessa terra que faça sentido pra nós é legítima, mas no caminho podemos complicar as coisas e acabar nos afastando do nosso verdadeiro DNA. Quem vive colocando complicação na vida, não será parte da solução. E a realização do seu chamado será algo inconstante e frustrante pra você.
Para mim, perceber que precisava simplificar a maneira de olhar para o meu futuro, foi fundamental para quem eu sou hoje e o que faço. Uma nova mentalidade e roteiro que se encaixe na sua vocação, não vai te proporcionar uma vida perfeita, mas no mínimo tirará um peso de ser quem você não foi chamado pra ser.